Os países fazem os cálculos da perda econômica provocada em 2020 pela pandemia. Na Itália, coronavírus provocou ao menos 170 bilhões de perdas no produto interno bruto. Estimativas programáticas do governo preveem uma queda de 9% na produção. A pandemia atingiu um país com problemas de produtividade de dez anos, até um ano atrás equilibrado entre um cenário de mini recuperação ou estagnação, que foi oprimido pela recessão. E comparando em valores absolutos o PIB de 2019 e o de 2020 verifica-se que a perda de produto em termos absolutos ultrapassa 170 bilhões, cerca de 1,1 trilhão de reais.

Em termos percentuais, o governo pretende confirmar a estimativa de queda de 9% para este ano. No entanto, o surgimento de uma terceira onda do coronavírus, a previsão pode chegar a uma diminuição de 10,5%. Para 2021, o governo italiano espera uma recuperação de 6% com desaceleração para 3,8% em 2022. As estimativas do governo são mais otimistas do que as de outros analistas internacionais, incluindo a Comissão Europeia que estimou uma queda no crescimento de 9,9%. A recuperação prevista por Bruxelas para 2021 é também mais pessimista: o aumento do PIB será limitado a 4,1%, enquanto em 2022 será de 2,8%.

Também na zona do euro, onde o PIB se contrairá 7,8% este ano, antes de voltar a subir 4,2% em 2021 e 3% em 2022, enquanto o crescimento da UE-27 marcará 7,4% neste ano para retomar no próximo ano com 4,1% e 3% em 2022, de acordo com a Comissão Europeia.

De fato, o tsunami da Covid derrubou as exportações, mas principalmente o consumo: a Itália perderá mais de 116 bilhões em consumo este ano, segundo a entidade que representa as empresas de comércio. No nível per capita, a queda dos gastos em 2020 seria de 1.900 euros cada pessoa, cerca de 12.300 reais, recuando o patamar para meados da década de 1990.

A segunda onda da Covid reduziu as esperanças ligadas à retomada do PIB italiano no terceiro trimestre de 2020, quando na esteira da ‘reabertura’ do verão o produto nacional deu um salto de 16,1% em relação ao trimestre anterior quando havia despencado para -13%. A receita para retomar o crescimento foca nas políticas expansionistas e no plano de recuperação, tudo facilitado pelos estímulos do Banco Central Europeu.

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