Quase metade dos empresários europeus, mais precisamente 46,3%, estão preocupados com o impacto ambiental do tratado UE-Mercosul. É o que aponta a pesquisa encomendada pelo grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, que recolheu as opiniões de mais de dois mil empresários de oito países da União Europeia, incluindo cerca de 300 gestores italianos. Uma porcentagem ainda maior (49%) disse ser a favor da introdução de salvaguardas ambientais, incluindo penalidades por violação de padrões ambientais.

A UE está firmando acordos com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e em junho de 2019 foram encerradas as negociações do acordo comercial, que ainda não foi ratificado para entrar em vigor. A intenção do tratado é abolir as tarifas alfandegárias para importadores e exportadores europeus e sul-americanos, bem como a criação de novos mercados e a proteção de produtos típicos (DOP, IGP) dos estados membros da UE. A pesquisa revela que quase metade dos empresários entrevistados tem dúvidas sobre a sustentabilidade do acordo, dizendo estarem “muito preocupados” ou “bastante preocupados” com o impacto ambiental da proposta.

O Parlamento Europeu afirmou por duas vezes que não ratificará o tratado na sua forma atual, precisamente por questões de sustentabilidade. O mediador Europeu criticou a Comissão Europeia por não ter concluído a avaliação do impacto ambiental antes de concluir as suas negociações. Além disso pesa a grande força do lobby de produtores agrícolas europeus preocupados com a concorrência de produtos provenientes do Mercosul.

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