A França bateu o recorde absoluto de infecções nesta quinta-feira, 22.10. Foram registrados 41 mil casos em 24 horas, enquanto em toda a Europa as medidas de bloqueios parciais e toques de recolher são utilizadas na tentativa extrema de parar o avanço exponencial do vírus e evitar um novo lockdown. Alguns países como Itália, Holanda, Inglaterra, Espanha e a própria França não descartam esta alternativa. A Irlanda foi o primeiro país europeu a reintroduzir o lockdown devido à explosão de infecções na segunda onda em andamento.

No entanto, os dados pioram e multiplicam-se os questionamentos sobre a eficácia das medidas de proteção em vigor. O continente já ultrapassou os oito milhões de casos e as mortes são 256 mil. De acordo com o Santé Publique France, há 41.622 novos casos e a taxa de positividade também atingiu o recorde de 14,3%. As vítimas foram 165 somente ontem e o total de mortes desde o início da pandemia na França é de 34.210.

A França superou um milhão de casos, ultrapassando a Espanha e se tornando o quinto país do mundo em número de infecções e o primeiro da Europa. Paris decidiu uma nova extensão do toque de recolher das 21h às 6h para outros 38 departamentos e para a Polinésia, que entrará em vigor nesta sexta-feira à meia-noite e durará seis semanas. Assim, os territórios envolvidos sobem para 54 para um total de 46 milhões de pessoas.

Os dados também pioraram na na Espanha, com 1.005.295 infecções, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Diante do aumento de pacientes, as autoridades impõem novas restrições. Granada é a primeira cidade espanhola onde o toque de recolher foi decretado das 23h às 6h. A Grécia também foi forçada a impor um toque de recolher em Atenas.

“A situação é muito grave” na Alemanha alertou o presidente do Instituto Robert Koch, Lothar Wieler, com as 11.287 novas infecções em 24 horas, prevendo “que os casos graves e o número de vítimas vão aumentar”. Após o apelo da chanceler Angela Merkel há dois dias para ficar em casa, Wieler reiterou que a única possibilidade de retardar a propagação do vírus é “respeitar as regras de forma consistente” porque “a maioria das infecções é detectada em contextos privados”.

Enquanto isso, Berlim incluiu 11 regiões italianas (incluindo Lombardia, Lazio e Toscana) entre as áreas de risco de Covid: quem chegar à Alemanha dessas áreas terá que passar por um teste ou fazer uma quarentena de duas semanas. Nesta quinta-feira a Itália registrou mais de 16 mil casos, novo recorde, e 137 mortes.

Na Bélgica a situação já está fora de controle e acaba de se tornar o segundo país do mundo em número de mortes (10.539 desde o início da pandemia) em relação à população. Novas infecções atingiram um limite diário médio de 9.693 entre 12 e 18 de outubro, um aumento de 75% em relação à semana anterior. A chanceler e ex-primeira-ministra Sophie Wilmes, de 45 anos, também acabou em tratamento intensivo. Suas condições são “estáveis”.

Números acima do nível de alerta na Rússia – 15.971 novos casos e 290 mortes em 24 horas – e nos Bálcãs. E além do número de casos e óbitos, na Europa o número de positivos por 100 mil habitantes continua crescendo de acordo com o mapa atualizado publicado pelo Center for Disease Control (Ecdc).