A Itália bloqueou nesta quinta-feira (4) a exportação de 250 mil doses anti-covid do laboratório AstraZeneca produzidos no país e que iriam para a Austrália. A medida foi tomada após a decisão da União Europeia de compensar os atrasos na entrega das vacinas aos países do bloco, conforme previsto em contratos. O Ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, afirmou que “quem está inadimplente não pode dar desculpas e por isso a exportação foi interrompida.” Di Maio ressaltou que não se trata de uma medida hostil em relação aos australianos, mas que isto faz parte do regulamento aprovado pela União Europeia no dia 30 de janeiro.

O chanceler italiano ainda explicou que a Austrália não faz parte dos países vulneráveis neste momento. Em outros momentos a Itália liberou exportações de doses para realização de pesquisas científicas, mas a quantidade de 250 mil doses extrapola os objetivos e passam a ser de interesse comercial, segundo o governo.

O jornal La Republica noticiou nesta sexta-feira (5) que o diretor da AstraZeneca, Pascal Soriot, dois meses atrás, havia garantido que as vacinas europeias não acabariam em outros continentes. Em 26 de janeiro ele disse em entrevista ao jornal que o colosso farmacêutico “não tiraria vacinas dos europeus para vender aos outros países, pois isto seria insensato de nossa parte.” A AstraZeneca tem sido muito criticada pela União Europeia pelos sucessivos atrasos na entrega dos imunizantes. Para este semestre, a empresa somente deve entregar 40% das doses contratadas.

“Na Itália, as pessoas morrem a uma taxa de 300 por dia. E, portanto, posso certamente compreender o alto nível de ansiedade no país e em muitas nações da Europa. Estão em uma situação de crise desenfreada. Esta não é a situação presente na Austrália”. Foi o que disse o primeiro-ministro australiano Scott Morrison sobre a decisão da Itália de bloquear a exportação de 250.000 doses da vacina covid-19.” Esta remessa em particular não era aquela em que confiávamos para o lançamento da campanha de vacinação e, portanto, nós continuaremos inabaláveis”, reiterou Morrison.

Foto: Gustavo Mansur

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