Aumenta a pressão do setor industrial do norte da Itália para que o governo permita o retorno ao trabalho a fim de minimizar os prejuízos econômicos. As autoridades têm reiterado que o relaxamento das medidas de restrição somente será feito a partir de decisões científicas e que ainda não é hora de baixar a guarda. O país trava uma batalha para obter ajuda do Eurogrupo, os 27 países que integram a Zona do Euro, mas um difícil acordo está sendo costurado há semanas sem sucesso. A Holanda se opõe a ideia da criação de Eurobonds, os títulos para auxiliar os países mais prejudicados pelo coronavírus a retomarem suas economias. Por consequência, tem crescido na Itália um sentimento anti-europeu que pode ser agravado se não houver solidariedade dos demais países, ampliando as forças dos grupos que defendem a saída da Itália do bloco, como fez a Grã-Bretanha.

No dia em que o mundo ultrapassou 1 milhão e meio de contagiados, a Itália voltou a registrar melhora nos números relacionados ao coronavírus. Foi batido o recorde de pessoas curadas num único dia: 2.100. O percentual de contágios tem se mantido estável e caiu o número de mortos novamente nas últimas 24 horas: 542.

A OMS Organização Mundial da Saúde, com sede em Genebra, na Suíça, se defendeu das acusações de que não agiu adequadamente para conter a pandemia. Disse que desde 5 de janeiro todos os países já haviam sido alertados para a gravidade do problema a fim de tomarem providências. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repetiu nesta semana que a OMS falhou em não dimensionar adequadamente a gravidade do problema. Ele foi um dos líderes, a exemplo de Boris Jonhson da Grã-Bretanha, e Jair Bolsonaro, do Brasil, a minimizar o potencial do covid-19.

E um aplicativo vai ser lançado nos próximos dias na Itália para que as pessoas sejam alertadas quando tiverem contato por proximidade com uma pessoa portadora do vírus. De forma anônima o usuário do aplicativo será avisado para que tome as medidas de precaução e de isolamento.

Foto: Gabor Kovacs