O laboratório farmacêutico AstraZeneca suspendeu todos os testes clínicos finais da vacina contra o coronavírus que está desenvolvendo com a Universidade de Oxford. Isto ocorreu depois que um dos participantes acusou uma potencial reação adversa grave. A parada temporária permite que a farmacêutica examine o caso e analise os dados de segurança. Os testes também foram suspensos no Brasil, onde mil voluntários já receberam a segunda dose e até o momento não apresentaram intercorrências graves de saúde, segundo o Ministério da Saúde.

“Nosso processo de revisão de teste padrão desencadeou uma pausa”, disse um porta-voz da AstraZeneca. “Esta é uma ação de rotina que ocorre sempre que há uma potencial reação inexplicada em um dos testes”, o que permite tempo para “investigar e garantir que a integridade do processo de teste seja mantida”, adicionou.

“Em testes mais amplos, as reações podem acontecer por acaso, mas devem ser avaliadas com cuidado de forma independente”, acrescentou a empresa, que com o anúncio da suspensão caiu 6% em Wall Street, a bolsa de valores de Nova York. A suspensão não é incomum para ensaios clínicos. Mas o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus é um dos mais desafiadores da história, e quaisquer sinais decorrentes dos testes foram examinados sob uma lupa. Mesmo que a vacina da AstraZeneca seja finalmente aprovada, esse contratempo pode se traduzir em preocupações com o uso. Os dados dos testes iniciais pareciam muito promissores, com a vacina capaz de produzir uma resposta imune robusta e apenas efeitos colaterais fracos.

A vacina da AstraZeneca-Oxford University é vista como uma forte concorrente entre dezenas em desenvolvimento globalmente. Esperava-se que pudesse ser uma das primeiras a chegar ao mercado, após o sucesso dos testes de Fase 1 e Fase 2. Sua transição para os testes de Fase 3 nas últimas semanas envolveu cerca de 30.000 participantes nos Estados Unidos, Reino Unido, no Brasil e na África do Sul.

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