O trabalho da equipe de especialistas da Organização Mundial da Saúde, que chegou à China há mais de três semanas para investigar o nascimento da pandemia do Coronavírus está encerrado. No entanto, ainda há dúvidas na origem do vírus. Os especialistas dizem “que é de origem animal, mas este ainda não foi identificado”, ou seja, ainda não está claro qual é o “espécime hospedeiro”. Foi o que os cientistas anunciaram durante uma entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (9) em Wuhan, o primeiro epicentro global da Covid-19.
“Morcegos e pangolins são os candidatos mais prováveis à transmissão, mas as amostras de coronavírus encontradas nessas espécies não são idênticas ao Sars-Cov-2″, explicou o professor Lian Wannian, chefe da delegação de 17 especialistas chineses que se juntaram à missão da OMS, que também acrescentou “a alta suscetibilidade de visons e gatos ao SARS-Cov-2 e sugere que pode haver outros animais que atuam como hospedeiros, mas a pesquisa é insuficiente”.
Este particular também foi confirmado pelo chefe da missão da OMS em Wuhan, Peter Ben Embarek: “Todos os dados que coletamos até agora nos levam a concluir que a origem do Coronavírus é animal”, disse ele durante a coletiva de imprensa, acrescentando : “O trabalho de campo sobre o que aconteceu no início da pandemia não alterou as crenças que tínhamos antes de começarmos. Os dados apontam para os morcegos, mas é improvável que esses animais estivessem em Wuhan. Ainda não é possível identificar os intermediários de animais para a Covid “.
Os especialistas ressaltaram que “a possibilidade de a propagação do novo coronavírus decorrer de um acidente ligado a um laboratório é extremamente improvável”. Embarek, a este respeito, recomendou que nenhum outro estudo fosse realizado. Embarek também acrescentou que “sabemos que o vírus pode sobreviver em alimentos congelados, mas ainda não sabemos se ele pode ser transmitido aos humanos. Mais pesquisas são necessárias sobre isso”.
Além disso, é possível, de acordo com a revisão do grupo, que “pode ter havido uma circulação não declarada do coronavírus em outras regiões antes de Wuhan. Até mesmo o mercado de Huanan em Wuhan, que foi o primeiro local identificado onde a Covid-19 explodiu , não foi o único: a transmissão também ocorreu em outro lugar na mesma cidade e no mesmo período. Portanto, o trabalho conjunto na China da equipe de especialistas da OMS e de Pequim terminou com muitas perguntas ainda sem resposta. Mas o trabalho de rastreamento da origem da Covid-19 não para e realmente continuará no resto do mundo e “não será limitada a nenhum local”.
Foto: OMS/Twitter
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