O Primeiro-ministro da Itália Giuseppe Conte anunciou sua demissão ao Conselho de Ministros do país. A demissão, paradoxalmente, é uma forma de buscar um terceiro mandato à frente do executivo italiano, governado no sistema parlamentarista. Na semana passada, Conte obteve maioria de votos na Câmara dos Deputados e no Senado. No entanto, como não houve maioria absoluta entre os senadores, o governo acabou enfraquecido e com sérias dificuldades para aprovar matérias importantes como, por exemplo, a utilização de mais de 200 bilhões de euros de fundos europeus para alavancar a economia pós-pandemia.

Giuseppe Conte é ligado ao Movimento 5 Estrelas, considerado anti-sistema, porém nunca havia exercido um cargo político. Advogado e professor universitário, Conte governou a Itália por 30 meses e, de um mero desconhecido aos eleitores, passou a acumular popularidade após sua liderança no enfrentamento do coronavírus. O Partido Democrático, de centro-esquerda, também dá sustentação a Conte, mas não descarta a necessidade de eleições antecipadas para formação de um governo forte. Analistas entendem que se houver eleições antecipadas, o campo do centro-direita poderá obter maioria de votos, visto que as sondagens apontam o partido de Matteo Salvini, a Lega, como o de maior aceitação no país.

Conte encontrou-se nesta terça-feira (26) com o Presidente Sergio Matarella para anunciar sua demissão. Será o presidente a decidir sobre o futuro do governo italiano reunindo todos os partidos e avaliando uma composição que tenha maioria no congresso ou convocando eleições antecipadas. Não é descartada a permanência do próprio Giuseppe Conte se houver um pedido de Matarella para buscar consolidar uma maioria absoluta no Congresso. A União Europeia vê com preocupação a situação italiana e pede uma solução imediata para a crise a fim de evitar um agravamento da situação da pandemia e da retomada econômica.

Foto: Palazzo Chigi

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